SÃO CHARBEL
A história da vida humilde do Monge nascido em BIKAKAFRA
Nos anos de 1899, 1927, 1950 e 1952 crentes e céticos, autoridades da Igreja e comissões de médicos constataram a conservação perfeita de seu corpo.
Esta é a mais fascinante história contada por um repórter veterano em quase vinte anos de jornalismo e que já correu meio mundo. O encontro com um Santo, falecido nos idos de 1898, cujo corpo continua exatamente como naquele Natal em que morreu ouvindo a Missa, justamente no instante da consagração. Ainda hoje parece que apenas dorme serenamente o sono tranqüilo dos justos e inocentes. Suas vestes até hoje estão humidas de sangue. Um líquido viscoso, denso, pesado, levemente avermelhado, como se fosse suor, cobre o seu rosto sereno, as suas mãos, todo o corpo milagrosamente conservado através dos tempos, obrigando que sejam trocadas suas vestes periodicamente. Médicos e cientistas, crentes e céticos são testemunhas do Milagre. O Dr. Georges Choukrallah, um dos mais eminentes médicos do Líbano, que durante dezessete anos examinou trinta e quatro vezes o corpo do Padre Charbel _ este é o nome do Santo_ afirma que é um caso que não tem igual na História da Medicina, não encontra solução científica para o estranho e fascinante caso e somente pode explica-lo como sendo um Milagre de Deus. Observa textualmente: “Suponhamos que o liquido que brota do padre Charbel não pese mais que uma grama por dia. Durante 54 anos, o liquido açulado pesaria quase vinte quilos. Ora, a quantidade de sangue e outros líquidos contidos no corpo humano é de cinco litros. E o liquido sanguíneo, esta espécie de suor sangrento que brota do corpo do padre Charbel ultrapassa muito uma grama por dia. E conclui: “Ce corp sets conserve par une puissance surnatu relle!”.
A HISTÓRIA DE UM EREMITA
Perto dos famosos e legendários “Cedros do Senhor”, no oitavo dia do mês de maio de 1828 nascia um menino maronita, em Bikakafra, a vila mais alta do Líbano. Não muito longe dali em Annaya, na mesma data era inaugurado o mosteiro de São Maron, que seria cenário da vida religiosa, da morte e dos milagres daquele que haveria de ser o padre Charbel Markolouf.
O pequeno Youssef nasceu em um lar muito humilde, filho de pequenos cultivadores de terá donos de um pequeno chão nas montanhas, Antoun Zarour e sua mulher Brigita eram profundamente católicos e criaram dentro das mais severas normas da religião, a pquena família constituída pelos filhos Jean, Bichara e Youssef e as filhas Warda e Kaouna. Sua mãe jejuava todos os dias, todos os dias assistia à missa em companhia do esposo e dos filhos. Com a idadede três anos, Youssef ficou órfão de pai, morto longe de casa durante a luta dos libaneses contra os turcos, para a qual foa convocado com o seu asno, para o transporte das armas da força de Bechir, o Grande.
Um tio paterno, Tanios, foi o seu pai adotivo pois assumiu a direção da família e da propriedade. Seus tios maternos os padres Augustin e Daniel Al Choudiak orientaram a sua vocação religiosa.
Aos dez anos, Youssef era coroinha e cantava no coro da pequena e humilde igrejinha da vila. Aprendeu a falar siriaco, a língua falada por Jesus Cristo.
Aos quatorze anos, dada a sua religiosidade e tendência para a meditação e isolamento, foi apelidado pelos colegas caçuistas, que o chamavam “O Santo”.
Aos dezesseis anos já decidira devotar a sua vida à Deus e a Religião, mas encontrou oposição por par te do padrasto Tanios.
Somente em 1851, deixou a família ás escondidas, abandonou secretamente a vila natal, sem adeus, sem dinheiro, sem provisões, sem recomendações. O pai adotivo preferia vê-lo trabalhando no campo, ajudando o sustento da família. A mãe, já velhinha, apesar dos sentimentos religiosos, queria tê-lo ao seu lado. Mas o chamado da Religião era mais forte e importante. Caminhando a pé, Youssef, em jejum, muito fatigado, vinte e quatro horas depois de abandonar o lar e a família batia na porta do mosteiro de Nossa Senhora de Maifouk, pedindo para iniciar o seu noviciado.
Descoberto o seu paradeiro, o tia Tanios e a velha mãe foram procurá-lo no mosteiro buscando convence-lo à voltar para casa e ao trabalho do campo. Serenamente Youssef respondeu com as mesmas palavras de Jesus Cristo: “Para que me buscais? Não sabeis que importa ocupar-me das coisas que são do serviço do meu Pai?” (Lucas II, 49).
Oito dias depois de sua chegada a Maifouk, Youssef ganhou o seu primeiro habito de noviço. E escolheu o nome de CHarbel, mártir da Igreja de Antiochia, morto no ano 107.
Durante dez anos foi posto a prova a sua vocação: árduos trabalhos manuais, serviços rudes e muitas horas de estudo e oração, quer durante o dia, quer durante a noite. O irmão Charbel entregou-se de corpo e alma ao estudo e ao trabalho, as penitencias e a meditação. Era feliz.
Considerado apto para servir o senhor, o irmão Charbel foi transferido para o mosteiro de São Maron de Annaya, no alto das montanhas e em lugar quase deserto. O novo monge fez voto de pobreza, abandonou voluntariamente o direito de ter qualquer coisa de seu. Era a vocação para eremita que surgia.
Em 1853, no dia 1º de Outubro sua mãe vem visita-lo, mas ele negou-se a aparecer em sua frente. Ela suplicou e interrogou: “Porque o meu menino não quer ver sua própria mãe, talvez pela última vez?”. A sua resposta foi firme e categórica: “Se Deus permitir Mãe, nos veremos no Céu pela Eternidade”.
Mais tarde foi transferido para a Escola de Teologia de São Cipriano, em Kfugan, onde estudou seriamente durante seis anos. Somente com trinta e um anos, rezou sua primeira missa. E já como padre retornou ao mosteiro de Abbaya, para continuar a sua vida de Santo.
O seu único desejo, a sua única ambição, como Padre é viver isolado do mundo, longe de todos, como eremita. Em 13 de Fevereiro de 1875, com 47 anos de idade, com a morte do eremita Padre Elichah, que vivia em Annaya, o padre Charbel conseguiu finalmente a autorização de sua Ordem para tomar o posto do eremita falecido. Tomou o seu lugar e passou a viver praticamente isolado de todos, em uma pequena cela sem móveis, fazendo apenas uma alimentação por dia, sem comer carne e frutas, alimentado pobremente de verduras, em silêncio absoluto, deixando apenas o eremitério por ordem do seu superior, algumas raríssimas vezes. Durante trinta e nove anos, o padre Charbel rezou a Missa todos os dias, na mesma língua falada por Jesus, dedicando depois todo o seu tempo a meditação e oração.
Aos setenta anos de idade, durante a Missa de Natal, depois de oito dias de penosa agonia, morreu o padre Charbel, no exato instante da Consagração da hóstia.
Seu corpo foi enterrado no próprio mosteiro de Annaya. Tudo indicava que o tempo trataria o completo esquecimento sobre a vida daquele padre humilde, que talvez permanecesse apenas como uma lembrança entre os padres de sua Ordem, pela vida exemplar que havia vivido.
MILAGRES
Na noite seguinte ao enterro do padre Charbel, o irmão Elie Mehrini constatou que sobre a sua tumba flutuava uma luminosidade. O fenômeno se repetiu durante quarenta e cinco dias seguidos, testemunhados pelos religiosos e pessoas não católicas, inclusive pelo prefeito mulçumano de Annaya.
O fato provocou tantos comentários, que o superior, o padre Antoine Al Michmichant, pediu autorização ao patriarca Elias Hoyer para desenterrar o padre Charbel e dar nova sepultura em outro local. Isso foi feito no dia 15 de Abril de 1899. Todos os presentes ao ato, emocionados, constataram que o corpo do padre Charbel estava intacto, perfeito como se ele dormisse serenamente. Suava sangue e sua batina estava toa úmida que precisou ser trocada.
Dada a nova sepultura ao padre Charbel o fato foi pouco a pouco passando para o esquecimento, apesar de muitos fiéis atribuírem milagres ao eremita. Inclusive o episódio de 1900, o caso da fotografia que vai relatado mais adiante.
Em 1927, novamente houve necessidade de ser aberto o túmulo do padre Charbel, que ameaçava ruir, como estivesse sendo minado por água. O acontecimentos de 1899 ainda estava na lembrança de alguns, o túmulo continuava sendo local de peregrinações. Aberto o túmulo surgiu do fundo do caixão, ainda perfeito e intacto, o corpo do padre Charbel. De uma fenda do fundo da urna gotejava como lágrimas, o liquido acumulado no caixão. Dois catedráticos de medicina de Beiruth foram convocados para examinar com uma comissão eclesiástica o acontecimento sobrenatural e milagroso. Os doutores A. Jouffroy e Balthazar Malconien não encontraram justificações cinetíficas para explicar o fato.
ANO SANTO
No ano santo (1950), novamente os padres do mosteiro de Annaya constataram que voltavam as pedras do novo túmulo do Padre a apresentar sobre elas uma permanente umidade, como se estivessem expostas ao sereno, recobertas com um liquido viscoso, que não era água. Consultadas as autoridades religiosas, inclusive de Roma, vários bispos, ministros de Estado e a Senhora do Presidente da República procederam à abertura do jazigo.
Um inquérito canônico foi instaurado diante do fato maravilhoso: o padre Charbel continuava no seu sono tranqüilo, com as vestes ensopadas de sangue. Durante muitos dias, até o dia 22 de Abril, o corpo esteve insepulcro, sendo necessário mudar os seus hábitos ensangüentados pelo menos duas vezes por semana. Três médicos, o Dr. Chikri Bellan, diretor do serviço de saúde e assistência do Governo; o Sr. Joseph Hitti, deputado do Monte Líbano no parlamento e o Sr. Theophil Maroun, professor da faculdade Francesa de Medicina de Beiruth, examinaram, estudaram e observaram o corpo do padre Charbel, não encontrando respostas científicas para o caso.
“Milagre! Milagre!”, a resposta dos fiéis. Annaya tornou-se um centro de peregrinação. Um inquérito oficial da Igreja de Roma, no processo de canonização do padre Charbel, registrou dois mil casos de curas atribuídos ao eremita de Annaya.
NOVAMENTE EM 1952
Apesar de todas as preocupações da Igreja, que transladou o corpo do Padre Charbel para um “caveu “ reforçado em 1950, no dia 7 de Agosto de 1952, como novamente o túmulo ameaçava romper de uma hora para outra, mais uma vez diante dos olhos dos presentes, surgiu o corpo do padre Charbel perfeitamente conservado, com suas feições serenas, suando sangue, com as vestes úmidas, que tiveram de ser removidas.
ANNAYA
Percorrendo primeiro o litoral até Djbeil, a cidade bíblica de Bublos, considerada a mais velha do mundo, ddepois subindo as montanhas e passando por Harissa, o santuário nacional dedicado á Nossa Senhora, chegamos até Annaya. A pequena Igreja de pedras é a mesma do tempo do Padre Charbel. Visitamos o mosteiro, vimos a cela em que ele viveu, extremamente pequena e humilde. O seu túmulo é um centro de peregrinações até os mulçumanos rendem homenagem ao eremita que a Igreja pretende canonizar, reconhecendo oficialmente a sua santidade. Ao lado da capela existe uma sala onde estão expostas as suas relíquias, a coleção de seus hábitos tingidos pelo seu próprio sangue.
A FOTOGRAFIA DO PADRE CHARBEL
Entre os milagres ou acontecimentos sobrenaturais da vida do padre Charbel existe o caso da fotografia. O padre Charbel, em vida, não deixou nenhum retrato ou fotografia. No dia 8 de Maio de 1950, um amador tirou uma foto de alguns padres e visitantes, que se encontravam em Annaya em frente ao mosteiro.
Com grande surpresa, ao revelar a chapa além do grupo que fora fotografado, surgiu no centro da foto, a figura meio transparente mas de feições bem definidas, um monge de barbas brancas, em que reconheceram o rosto bonito e sereno do padre Charbel Makhlof, o Santo de Annaya.
Muito em breve, acreditamos, a imagem de São Charbel, o monge humilde, estará em muitos altares de muitas Igrejas do Mundo.